Essa foto retrata amizade, amor e paixão, sentimentos que podem e muitas vezes devem ser levados ao cartório, seja para formalizar uma união estável, seja para descaracterizar tal relação.
Os anos 1920 e 1930 marcaram uma era de ousadia e experimentação no movimento surrealista, não apenas nas artes, mas também nas relações pessoais.
Um dos exemplos mais fascinantes foi a intrincada teia amorosa entre Salvador Dali, Gala Dali, Paul Eluard e Nusch Eluard, retratados na foto.
Gala e Paul Eluard eram casados e mantinham uma relação poliafetiva com o surrealista Max Ernst (os cartórios do Brasil ainda hoje são proibidos de formalizar o poliamor).
Gala então deixa Eluard para se unir a Salvador Dali, dando início a uma relação intensa e duradoura.
Eluard se casa com a fotógrafa surrealista Nusch, e todos mantêm a amizade.
Essa troca entre os casais reflete o espírito do l’amour fou (amor louco), um conceito explorado e defendido pelos surrealistas, onde o amor é visto como uma força imprevisível e revolucionária, capaz de desafiar as convenções sociais e transcender fronteiras tradicionais.
Nesse período, o movimento surrealista, liderado por artistas como André Breton, Salvador Dali e Paul Eluard, buscou demolir barreiras nas artes e na vida, promovendo uma fusão entre o sonho e a realidade, a imaginação e o cotidiano.